Lisi.CasagrandeComunicação & Contextos2 weeks ago
Prospectar b2c não é gritar ‘promoção’ é entender o impulso de compra.
No varejo e no B2C em geral, muita gente confunde prospecção com barulho e gritaria.
Sabe aquela abordagem do “leva 2 por R$ 10” no grito, panfleto jogado na rua ou stories com 17 hashtags e nenhuma estratégia? Então… isso não é prospecção, é desespero embalado pra consumo.
Sim, tudo é entre pessoas: B2B, B2C, B2G, escolha sua sigla favorita.
Mas no B2C, quem está ali com o celular na mão, andando pela calçada ou decidindo em frente ao balcão é a própria pessoa com o poder de decisão naquele instante.
E por isso, prospectar no B2C exige precisão: entender a dor ou o desejo da mente do cliente e o momento dele.
A diferença entre uma prospecção que funciona e uma que irrita está exatamente aí: não em falar mais alto, mas em falar com intenção, no tempo certo, do jeito certo.
Ser visto o tempo todo não é o mesmo que ser desejado.
E no B2C, o excesso de exposição sem propósito costuma ter efeito rebote: cansa, irrita e acostuma mal o cliente.
Aliás, presença digital ou física sem coerência vira poluição.
E quando todo mundo está gritando ao mesmo tempo, o consumidor não presta mais atenção em quem fala mais alto ele se conecta com quem fala com sentido.
O problema não é aparecer. É aparecer sem intenção.
E aí entra o primeiro ponto da prospecção B2C: não é sobre quantidade de ações, é sobre consistência de intenção.
No B2C, o cliente não agenda reunião com você. Ele decide agora ou nunca.
E essa decisão vem de um lugar onde a lógica até tenta participar, mas a emoção quase sempre manda no processo.
O que move esse cliente?
E o erro comum? Tratar todo cliente como se estivesse pronto pra comprar.
Muitos só estão observando, se reconhecendo, comparando… e não vão se render ao primeiro “promo relâmpago”.
Se você aborda todo mundo com o mesmo script, acaba falando com ninguém.
Se você vende roupas femininas, quem compra não quer só um vestido.
Ela quer se sentir linda, confortável, segura ou visível dependendo do momento.
Prospectar é entender o que ela quer sentir, não só o que ela quer vestir.
Ao invés de “Últimas unidades!”, pense:
“Já imaginou sair hoje com uma peça que valoriza seu corpo e ainda está com desconto especial só até às 18h?”
Stories, grupos de WhatsApp, indicações e até o famoso boca a boca tudo pode funcionar quando a mensagem é boa e a abordagem respeita o momento do cliente.
Responder um comentário, observar como os clientes falam, reparar no que procuram, tudo isso diz mais sobre como prospectar do que qualquer modelo pronto.
Prospectar B2C exige mais do que cartaz colorido e emoji de foguinho.
Exige leitura de contexto, domínio da emoção e escuta de comportamento.
Você não precisa gritar.
Precisa entender.
E aparecer com a solução certa, do jeito certo, na hora certa.
Porque no B2C, quem fala com o momento certo da mente do cliente, vende.
Quem fala no automático, só faz barulho.
O atendimento presencial ainda existe. o que sumiu foi a intenção por trás dele
O atendimento presencial ainda existe. O que sumiu foi a intenção por trás dele.
Tem loja bonita com equipe apática. Tem recepção com café e silêncio constrangedor.
Tem vendedor com crachá, mas sem preparo nenhum para se relacionar. E depois reclamam que o cliente “só olhou e foi embora”.
Enquanto o digital investe em UX, jornada e personalização, o presencial continua parado na era do “posso te ajudar? uma pergunta que, na prática, mais afasta do que aproxima.
Atender presencialmente não é ser simpático por obrigação. É criar percepção de valor. É oferecer presença com leitura de contexto, e não com frases ensaiadas.
O cliente que entra numa loja, num consultório, numa cafeteria ou num stand já chega com uma história, uma expectativa e uma disposição emocional.
Quem está ali pra atender precisa fazer leitura e não recitar roteiro.
Um “bom dia” automático não gera conexão. Um olhar atento, sim.
Um elogio forçado é invasivo. Um comentário honesto pode mudar a conversa.
A diferença está em entender que o presencial é uma oportunidade rara hoje: é o único momento onde se pode perceber o outro além da tela.
O problema é que a maioria das empresas que falam sobre encantamento ainda treinam sua equipe para repetir frases e seguir protocolos engessados.
O cliente percebe. E vai embora.
Atendimento presencial não precisa ser exagerado. Precisa ser humano, intencional e atento.
A pessoa não quer ser surpreendida com um presente.
Ela quer ser percebida como alguém que importa.
E não é sobre ter tempo. É sobre presença real no pouco tempo que se tem.
A experiência do cliente começa ou termina nos primeiros segundos de uma interação ao vivo.
O que vai acontecer depois depende menos do script e mais da sensibilidade de quem representa a empresa naquele instante.
Sua comunicação pode aproximar ou afastar e às vezes, o estrago é no primeiro minuto.
A comunicação presencial não é só sobre o que se diz.
É sobre como o outro se sente com o que foi dito ou com o que foi ignorado.
Num atendimento presencial, cada gesto, palavra ou ausência tem peso.
A forma como você cumprimenta, olha, entrega algo ou reage define, em segundos, se a conversa vai evoluir ou encerrar ali mesmo.
Tem empresa que acha que está treinando sua equipe pra “atender bem” quando, na verdade, está só ensinando frases prontas.
O problema?
Frase ensaiada não lê contexto.
E o cliente percebe.
O “boa tarde” sem levantar os olhos, o “só um minuto” sem voltar, o “fica à vontade” dito como obrigação.
A linguagem corporal grita o que a empresa não treinou: a falta de intenção.
Comunicação de impacto não é sobre carisma exagerado ou performance teatral.
É sobre presença real e leitura de ambiente.
Às vezes, o cliente precisa de silêncio. Outras, de acolhimento.
Às vezes, de uma explicação clara. Outras, só de espaço pra pensar.
Quem atende precisa ser capaz de ajustar o tom, a velocidade, a abordagem e até o vocabulário conforme o cliente que está ali.
Falar alto não gera conexão.
Usar palavras bonitas não resolve objeções.
O que conecta é comunicar do jeito certo, no tempo certo, com intenção verdadeira.
A comunicação presencial é poderosa e delicada.
Porque ela não tem edição, replay ou emoji explicativo.
Ela é ao vivo.
E por isso, pode conquistar… ou espantar.
Se a sua equipe está afastando clientes mesmo sendo “educada”, talvez o problema não seja o que estão dizendo.
Talvez seja como estão dizendo.
Quando marketing e experiência não se conversam, o cliente sente.
Marketing e experiência do cliente não são áreas separadas.
São capítulos do mesmo livro. Mas tem empresa que trata como se fossem departamentos que nem se falam.
E o que acontece?
O marketing promete o que o atendimento não entrega.
O comercial gera uma expectativa que o pós-venda não sustenta.
O cliente compra empolgado e é recebido por processos frios, mal explicados, desconectados da mensagem inicial.
Toda vez que o marketing vende uma imagem e a experiência não corresponde, o cliente se frustra.
E frustração, diferente da dúvida, não abre espaço pra conversa. Fecha.
A verdade é que a jornada do cliente não começa quando ele entra em contato.
Começa quando ele é impactado por uma campanha, um conteúdo, um anúncio ou por um comentário no boca a boca.
É ali que nasce a expectativa.
E se essa expectativa não for respeitada, o cliente sente. Mesmo que ele não consiga verbalizar, ele percebe a quebra.
Quando marketing e experiência caminham juntos, a história contada no início tem continuidade no meio e coerência no fim.
O cliente reconhece a marca em cada etapa.
A linguagem faz sentido.
A comunicação é fluida.
A sensação de cuidado é constante.
E não estamos falando de encantamento, mas de consistência.
Porque não adianta impactar com criatividade se a entrega final for uma burocracia travada em e-mails automáticos ou atendentes perdidos.
Estratégia de marketing boa é aquela que pensa na entrega antes de pensar no criativo.
Não é só “como chamar atenção”.
É “o que vai acontecer depois que a pessoa disser sim?”
A conexão entre marketing e experiência é o que sustenta a confiança.
E confiança não se compra com anúncio. Se constrói com coerência.
Enviei a proposta. e agora?
Tem gente que some depois de enviar uma proposta.
Tem gente que gruda.
Ambos perdem a venda.
No B2B, o envio da proposta não é o fim da conversa é o início de uma nova etapa: a da decisão consciente.
E quem acha que esse é o momento de “deixar o cliente pensar com calma” ou, ao contrário, “pressionar pra fechar rápido” está esquecendo o mais importante:
o cliente precisa se sentir seguro, não acuado ou abandonado.
A cadência de follow-up é uma das etapas mais negligenciadas nas vendas B2B.
E isso porque confundem respeito com silêncio, e interesse com insistência.
O cliente que recebeu uma proposta precisa de clareza, contexto e companhia estratégica.
Não é sobre “ligar pra cobrar”. É sobre se manter presente de forma útil.
Uma mensagem que lembra a proposta e traz valor.
Um conteúdo que ajude na tomada de decisão.
Um toque leve que mostra que você está ali e sabe o que está fazendo.
Quem envia proposta e some, abre espaço para concorrentes entrarem.
Quem envia e pressiona, faz o cliente se defender.Quem acompanha com inteligência, constrói relação.
Cadência não é planilha. É comportamento.É saber o momento de aparecer e o momento de deixar respirar.
É manter o ritmo certo: com conteúdo, presença, personalização e contexto.
Se a sua proposta precisa ser lembrada, que seja pela qualidade da conversa que você manteve depois dela e não pela ausência ou ansiedade.
Porque no B2B, quem não acompanha, abre mão da venda.
E quem acompanha do jeito certo, vira referência antes mesmo de fechar.