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ABM & Discovery: Onde tudo pode dar errado (ou certo)

Entendendo o Discovery no ABM

O sucesso de uma estratégia de Account-Based Marketing (ABM) depende diretamente da qualidade do discovery no ABM.

 

Essas duas etapas ABM & discovery precisam andar juntas, como um par de marchas que só funcionam quando bem ajustadas. Sem o alinhamento entre ambas, a engrenagem da geração de demanda trava.

 

Embora muitos profissionais jurem que fazem um bom trabalho de discovery, a realidade é que, na maioria das vezes, ele é negligenciado, atropelado ou feito de maneira superficial. E isso compromete diretamente os resultados de uma operação de ABM.

O resultado?

 

Campanhas genéricas, abordagens que morrem no primeiro “não é prioridade” e um pipeline recheado de esperança, mas vazio de previsibilidade. O discovery no ABM é o coração da estratégia e deve ser tratado com o cuidado que merece.

 

O que é discovery no ABM de verdade

Fazer discovery no ABM não é apenas dar uma olhadinha no LinkedIn da empresa. Trata-se de um processo estruturado, investigativo e baseado em dados que começa antes mesmo da primeira abordagem. Envolve:

    • Análise de mercado

    • Mapeamento da conta

    • Estudo do comitê de decisão

    • Compreensão do contexto externo (hello, PESTEL!)

Por que o discovery no ABM falha

Mesmo sendo um dos pilares centrais de uma boa estratégia de ABM, o diagnóstico muitas vezes é deixado de lado, mal feito ou executado às pressas. Isso acontece por uma série de razões que estão mais ligadas à cultura e aos vícios do mercado do que à complexidade da tarefa em si.

 

1. Pressa para gerar resultados

Empresas querem vender agora. E nessa ansiedade, tentam “encurtar caminho”, pulando etapas fundamentais como o diagnóstico. O problema é que sem entender profundamente o cenário da conta-alvo, as ações de marketing e vendas se tornam genéricas, desconectadas e ineficazes.

 

Em vez de planejar o terreno antes de plantar, muitos tentam colher em solo desconhecido  e depois culpam a chuva, o adubo ou a estação errada.

O diagnóstico exige tempo, sim, mas economiza energia lá na frente. Não é atraso: é preparo.

 

2. Falta de alinhamento entre Marketing e Vendas

O ABM exige uma sincronia fina entre marketing e vendas. Quando isso não acontece, o diagnóstico vira um jogo de empurra:

    • Marketing acha que é função da equipe comercial trazer essas informações.

    • Vendas espera que o marketing entregue as contas “mapeadas” e “aquecidas”.

O resultado?

Ninguém faz. Ou faz mal feito. Sem esse alinhamento, a abordagem perde foco, e o cliente percebe que está falando com um time desorganizado. Diagnóstico precisa ser uma responsabilidade compartilhada, com fluxos e critérios claros para coleta e uso da informação.

 

3. Subestimação da complexidade do cliente

É comum ver times tratando grandes contas como se fossem uma pessoa com um único problema. Quando, na verdade, estamos falando de estruturas complexas, com múltiplos decisores, interesses conflitantes, pressões externas e influências políticas internas.

 

Sem um diagnóstico completo, essas nuances passam despercebidas. E a abordagem acaba sendo rasa, genérica e, pior: irrelevante para o contexto real da conta.

Acham que sabem o que o cliente precisa. Mas só quem mergulha no diagnóstico entende o que realmente está pegando.

 

4. Apoio em suposições (“eu acho”) em vez de dados

Outro erro clássico: confiar no “feeling”. Claro que experiência de mercado é importante, mas em ABM, decisões precisam ser baseadas em evidências concretas.

    • “Acho que essa empresa tem budget.”

    • “Acho que o CFO é quem decide.”

    • “Acho que eles estão com problema de compliance.”

 

Esses achismos destroem qualquer estratégia de ABM porque distorcem o alvo. Em vez de mirar no problema real da conta, mira-se em uma hipótese. E hipótese sem validação não sustenta uma campanha personalizada e eficaz.

 

Consequências de um Discovery raso

Quando o discovery é feito de forma superficial ou pior, ignorado o impacto negativo se espalha por toda a estratégia de ABM. A conta pode até entrar no radar, mas dificilmente avança com consistência.

 

Veja o que acontece na prática:

 

1. Mensagens genéricas que Não geram conexão

Sem um entendimento real do contexto da conta, a comunicação se torna vaga e impessoal. Fala-se sobre benefícios amplos, dores genéricas e diferenciais que qualquer concorrente também poderia prometer.

O resultado?

 

O decisor sente que está recebendo apenas mais uma campanha qualquer, feita para “empresas como a dele”, e não para ele.

O ABM perde seu poder quando soa igual ao marketing tradicional.

 

2. Ciclos de vendas longos (e frustrantes)

Sem informações relevantes no início, o processo comercial se arrasta. O vendedor perde tempo com perguntas que deveriam ter sido respondidas no diagnóstico. E pior: pode investir energia em contas sem urgência, sem budget ou sem real interesse.

Isso gera frustração, tanto para o time comercial quanto para o cliente que percebe a falta de preparo e de contexto logo nos primeiros contatos.

 

3. Contas que Não evoluem no funil

A ausência de insights claros torna difícil criar gatilhos personalizados de avanço no funil. A conta entra na base, passa por uma ou duas tentativas de contato e… estagna.
Sem compreender o cenário específico, o discurso se repete. E sem algo novo a dizer, o relacionamento não amadurece.

É como tentar fazer alguém caminhar por um corredor sem luz: o caminho até pode estar lá, mas sem visão, ninguém se move com segurança.

 

4. Falta de engajamento com decisores reais

Um discovery raso costuma focar apenas nos cargos “óbvios” como o CEO, o diretor financeiro ou o gerente de compras ignorando influenciadores e patrocinadores internos que realmente movem o processo.

Além disso, ao não considerar o timing e as prioridades da conta, a abordagem chega fora de hora, com o discurso errado, para a pessoa errada. E aí vem o temido:

“Agora não é prioridade.”

Mas o problema não é a falta de prioridade. É a falta de preparo. Quem domina o contexto da conta consegue transformar uma dor latente em urgência real e falar com quem tem influência para resolver.

 

A importância da análise PESTEL no discovery

A análise PESTEL é uma ferramenta clássica da administração estratégica usada para compreender o macroambiente  ou seja, os fatores externos que, embora estejam fora do controle direto das empresas, influenciam fortemente suas decisões, prioridades e desafios.

 

 

De onde vem a PESTEL?

A origem da ferramenta remonta aos estudos de planejamento estratégico da década de 1960, quando consultores e acadêmicos buscavam formas de estruturar a análise de ambiente externo.

 

 

Inicialmente conhecida como PEST (Político, Econômico, Sociocultural e Tecnológico), ela evoluiu com o tempo para incluir também os fatores Ecológicos e Legais, tornando-se a versão mais completa: PESTEL.

 

 

Hoje, ela é amplamente usada por estrategistas, analistas de mercado e equipes de planejamento para tomar decisões com mais consciência do cenário externo  e no contexto de ABM, ela se torna uma aliada estratégica no discovery.

 

 

Por que a PESTEL É relevante no ABM?

O grande erro de muitos times de marketing e vendas B2B é olhar apenas para dentro da conta — seu faturamento, quantidade de funcionários ou quem ocupa o cargo X ou Y.
Mas o comportamento de uma empresa não acontece no vácuo.

 

Empresas reagem ao ambiente em que estão inseridas. A análise PESTEL permite enxergar pressões externas, tendências regulatórias, desafios setoriais e movimentos socioculturais que moldam as prioridades e dores de uma conta-alvo  mesmo antes que ela verbalize.

 

O que isso tem a ver com Discovery?

Usar PESTEL no discovery é como colocar uma lente de aumento sobre o contexto da conta, permitindo que você:

    • Antecipe tensões externas que estão prestes a impactar a conta (ex: nova lei, crise econômica, avanço tecnológico, etc.)

    • Faça perguntas mais inteligentes e contextualizadas nos primeiros contatos

    • Construa narrativas de valor baseadas em urgência real

    • Priorize contas que estão sob pressão para mudar (e, portanto, mais abertas à sua solução)

Ou seja, a PESTEL ajuda você a sair do “eu acho que essa conta é boa” e entrar no “essa conta está enfrentando um cenário que torna minha solução essencial”.

A análise PESTEL é uma ferramenta poderosa para estruturar um discovery no ABM mais profundo e inteligente. Ela ajuda a entender o macroambiente que impacta diretamente as contas-alvo.

Análise Pestel

Como Aplicar PESTEL no ABM

Segmentação inteligente➞ identifique contas mais vulneráveis a certos fatores.

Personalização de abordagem➞adeque sua mensagem aos desafios externos da conta.

Priorizacão de contas➞ foque nas empresas mais impactadas por fatores de mudança.

Tomada de decisão baseada em dados➞evite achismos e faça escolhas mais seguras.

 

Discovery no ABM de verdade

Exemplo prático➞ Software de Compliance

Imagine uma empresa que oferece soluções em compliance. Sem um diagnóstico eficaz no ABM:

    • Aborda uma indústria estagnada, sem pressão regulatória

    • Envia campanhas genéricas

    • Fala com quem não decide

Agora, com um diagnóstico baseado na análise PESTEL:

    • Mapeia setores sob novas exigências legais

    • Identifica decisores sensíveis à pressão por ESG e reputação

    • Ajusta o discurso para demonstrar aderência regulatória e mitigação de riscos


Checklist para um Discovery completo

    • Análise PESTEL realizada?

    • Comitê de decisão mapeado?

    • Contexto econômico e de mercado compreendido?

    • Jornada do cliente documentada?

    • Barreiras e objeções antecipadas?

    • Mensagens personalizadas por conta?


Diagnóstico é o pilar vital do ABM

Ignorar ou simplificar o diagnóstico no ABM é comprometer toda a estratégia antes mesmo dela começar. É o diagnóstico que transforma um tiro no escuro em uma abordagem cirúrgica e assertiva.

 

A análise PESTEL surge como aliada indispensável nesse processo, ajudando você a entender o pano de fundo que influencia decisões dentro das contas-alvo.

 

Se a sua estratégia de ABM ainda trata o diagnóstico como detalhe, é hora de revisar a rota.

 

A previsibilidade que você procura começa com dados, contexto e intenção. Sua estratégia e seus resultados agradecem.

 

Lisiane Casagrande - Antiguru

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