Em um conversa nessa semana mesmo sobre ABM e contas-alvo, eis que surge a dúvida de quem vai dar start na estratégia, então resolvi trazer em detalhes esse artigo para cá.
Na estratégia de Account-Based Marketing (ABM), cada conta-alvo não é apenas um mero lead é um universo.
A promessa do ABM está justamente no foco: concentrar esforços, tempo e criatividade em contas altamente estratégicas, com grande potencial de geração de valor. Mas e quando uma dessas contas para de responder?
Quando nenhuma abordagem engaja?
Quando o silêncio vira padrão?
Neste artigo, vamos explorar quando e por que uma conta deve deixar de ser alvo no ABM, como tomar essa decisão com base em dados e, sobretudo, como distinguir persistência estratégica de insistência improdutiva.
Antes de falar sobre “parar de tentar”, é preciso entender o que faz uma conta deixar de ser um alvo. No ABM, as contas-alvo são selecionadas com base em dados e critérios bem definidos: fit com o perfil ideal de cliente (ICP), potencial de receita, timing de compra e nível de influência no mercado.
No entanto, ao longo da jornada, podem surgir diversos fatores que tornam uma conta menos promissora:
Monitorar esses sinais exige disciplina e uso estratégico do CRM e das ferramentas de inteligência de vendas. A qualificação contínua é parte do jogo no ABM e ignorar isso é o primeiro passo para cair na armadilha da insistência improdutiva.
No contexto das contas-alvo no ABM, existe uma linha tênue entre persistência e teimosia. Persistir é agir com propósito, com base em dados e aprendizado. Insistir é repetir ações esperando resultados diferentes, mesmo diante de evidências contrárias.
Persistência estratégica envolve:
Já a insistência cega é caracterizada por:
Persistir com inteligência pode abrir portas no tempo certo. Insistir sem análise fecha portas muitas vezes, de forma definitiva.
Não existe uma fórmula mágica, mas há sinais claros de que o esforço com uma conta-alvo no ABM talvez não esteja mais valendo a pena:
Se, após diversas tentativas altamente personalizadas (e não apenas sequências automatizadas), a conta não clica, não responde, não interage, isso pode indicar desinteresse real.
Algumas contas deixam claro que não têm interesse. E nesse caso, é preciso respeitar. Continuar insistindo pode prejudicar a imagem da marca.
Uma análise mais aprofundada pode revelar que a conta não possui mais as características ideais seja pelo porte, maturidade digital ou estrutura decisória.
Quando uma conta já foi abordada por múltiplas frentes da sua empresa, recebeu materiais, participou de eventos, e ainda assim nada evolui, talvez seja o momento de pausar.
Monitorar métricas como taxa de abertura, cliques, respostas, engajamento em campanhas multicanal e até avanço em oportunidades é essencial. Se os dados forem consistentemente fracos, o esforço pode estar sendo mal alocado.
Um ponto-chave ao tratar das contas-alvo no ABM é entender que “pausar” não é o mesmo que “abandonar”. Algumas contas podem estar fora do timing agora, mas isso pode mudar. O segredo está em documentar bem as interações, os motivos da pausa e reavaliar periodicamente.
Vale criar categorias dentro do CRM como:
Com isso, a equipe pode retomar contatos quando houver novos indícios de oportunidade, mas sem desperdiçar energia no presente.
A escolha de pausar ou remover uma conta exige alinhamento entre times. Marketing pode ter indícios de engajamento oculto (por exemplo, acesso a conteúdos), enquanto vendas pode ter feedbacks mais diretos. Por isso, uma rotina de avaliação conjunta semanal ou quinzenal é essencial.
Nessas reuniões, analisem:
O foco das contas-alvo no ABM deve ser a qualidade da oportunidade, não apenas a quantidade de abordagens feitas.
O ABM é uma abordagem poderosa quando usada com critério. Mas se tornar refém da própria lista de contas é um erro comum. Insistir por insistir só drena energia, tempo e orçamento.
Saber parar é também uma forma de maturidade estratégica.
Persistência estratégica é seguir tentando com inteligência. Insistência cega é continuar tentando sem aprender.
Avalie, reavalie e tome decisões baseadas em dados e contexto. As verdadeiras oportunidades vão se revelar mas só se você estiver livre para vê-las.